Investimento em pesquisa pode gerar emprego e inovação
Recife, a capital pernambucana, emprega atualmente 5 000 profissionais em cerca de 300 empresas de tecnologia da informação criadas por cérebros locais.
Por Luiz De França, de Você S/A
Recife, a capital pernambucana, emprega atualmente 5 000 profissionais em cerca de 300 empresas de tecnologia da informação criadas por cérebros locais. A cidade nordestina foi eleita recentemente a quarta metrópole mais criativa do país pela Federação do Comércio de São Paulo.
A semente para a mudança da economia local teve origem na cabeça de três professores: Silvio Meira, Fábio Silva e Ismar Kaufman. Eles fundaram, em 1996, um centro privado de inovação para a criação de produtos, serviços e empresas. Esse local é o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, mais conhecido como Cesar. Desde então, o mercado de TI nunca mais foi o mesmo.
Designer de chip - Marília Lima, de 36 anos, é a presidente da SiliconReef, uma butique de design especializada no desenvolvimento de circuitos integrados. Criada em 2008 na incubadora de projetos do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), a pequena empresa de Marília tem projetos ousados. Atualmente, ela trabalha no desenvolvimento de um microchip para aumentar a eficiência de painéis solares. Em breve, a Silicon- Reef deve começar a fabricar e comercializar os chips. "Os Estados Unidos são um grande consumidor, mas é a Ásia que vai produzir todos os acessórios para os quais estou projetando os microchips", diz Marília.
De 1996 até hoje, foram criadas 31 companhias e mais de 45 negócios gerados por essa incubadora de tecnologia que emprega, desde 2006, uma gestão de investimento profissional. A excelência do conhecimento gerado pelos engenheiros, cientistas da computação, designers e demais trabalhadores do Cesar já foi reconhecida com dois importantes prêmios de melhor instituição de inovação do Brasil, em 2006 e 2011, concedidos pela Finep, a financiadora de estudos e projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia.
O Cesar está diretamente ligado à idealização e à implantação em 2000 do Porto Digital, primeiro parque tecnológico de Recife, que mudou de vez a cena do empreendedorismo pernambucano. Em 2010, o Porto faturou 1 bilhão de reais com suas 200 empresas. A próxima colaboração do Cesar para o setor local deverá ser anunciada em breve. Trata-se de uma aceleradora de empresas em parceria com o governo do estado para apoiar startups, companhias em fase inicial de operação, com gestão profissional.