FAI pode se tornar Centro Universitário
"O grande projeto da direção para 2012 é transformar a FAI em Centro Universitário", antecipa Cardim
Com a aproximação do final do ano, a direção da FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas) começa a avaliar os resultados obtidos ao longo de 2011 e projetar as conquistas que buscará tornar realidade em 2012.
Como está a FAI hoje, em termos financeiros e acadêmicos?
CARDIM - Em relação às finanças, se encontra estável. Tem todas as suas contas pagas, com o 13º reservado e vamos virar o ano com superávit de aproximadamente R$ 1 milhão em caixa. Portanto, precisamos buscar para 2012 uma situação ainda melhor para que possamos investir mais ainda dentro da própria instituição, para que consigamos trazer muito mais alunos, já que temos espaço para agregar bem mais à sua comunidade universitária. E quanto ao mundo acadêmico, precisamos fortalecer ainda mais o corpo docente (professores) e também discente (alunos), e é o que essa direção pretende, sem construir grandes prédios, aproveitar a grande estrutura que a FAI já possui para projetar a melhora da qualidade do ensino.
O processo de reestruturação administrativa da Autarquia, iniciada na gestão anterior, já foi concluído?
CARDIM - Não. Continua. Apesar de ser implantada e ter evoluído com a administração do professor Roldão Simione, essa reestruturação se trata de um processo planejado em longo prazo, até por isso, ainda temos algumas coisas para serem revistas em nível administrativo e acadêmico. Por exemplo, existe hoje um número elevado de docentes com baixa carga horária, porém, a nossa proposta é que tenhamos o contrário: uma quantidade menor de professores com carga horária maior para que haja uma valorização do profissional, e, consequentemente, ele se comprometa mais ao trabalho exercido aqui e tenha a FAI como seu salário principal.
Vale lembrar que devido ao crescimento rápido vivenciado pela FAI nos últimos dez anos, foi difícil prever o que aconteceria no futuro. E agora precisamos solucionar esta questão.
Sete meses depois de assumir a direção, quais as principais mudanças foram feitas na FAI?
CARDIM - O ponto crucial que percebemos que deveria ser mudado imediatamente dizia respeito ao marketing, porque - apesar de na teoria ser uma Autarquia Municipal, portanto com característica pública, na prática sobrevive da mensalidade dos alunos, pois não existe repasse dos governos municipal, estadual ou federal -, a instituição precisava aparecer mais e ser mais bem projetada no mercado.
Ao mesmo tempo, demos prioridade também no âmbito acadêmico ao desenvolvimento de ações que melhorassem a qualidade do ensino da instituição.
Enfim, buscamos projetar a FAI em função daquilo que ele pode oferecer aos alunos.
FOLHA - Quais as conquistas mais importantes alcançadas neste período?
CARDIM - Tudo que é pretendido e buscado tem como foco principal o aluno. E posso destacar as mais recentes melhorias realizadas neste sentido: estamos transferindo a biblioteca principal para o Campus II e funcionará a partir de fevereiro; todas as salas de aulas estão recebendo projetores de vídeo; compramos servidores profissionais para monitorar a rede de internet e 70 novos computadores para a criação de três laboratórios de informática; além de outros investimentos e ações que já estão sendo programadas para o ano que vem.
A nossa direção se mantém sempre atenta à infraestrutura, mas sem nunca esquecer a parte pedagógica, uma vez que as duas têm que caminhar juntas para que consigamos a maior qualidade no ensino.
Ensino, Pesquisa e Extensão eram os três pilares buscados para instituição de ensino superior. Como está este processo?
CARDIM - Claro que o Ensino é a finalidade principal da FAI, mas não o fazemos sem uma boa Extensão. E o grande diferencial da nossa instituição é o fato de o trabalho com o aluno não ficar restrito apenas a sala de aula, pois também alia os laboratórios e as clínicas.
Sobre a Pesquisa, mesmo a FAI não tendo essa responsabilidade por ser uma faculdade, não temos descuidado, por isso realizamos os congressos de iniciação científica, temos ainda três boletins científicos, três revistas científicas - nas quais estamos tentando indexá-las - e a própria estruturação dos Trabalhos de Conclusão de Curso têm agregado.
Acredita que a vinda da FATEC poderá influenciar o trabalho desenvolvido pela FAI?
CARDIM - Entendo que influenciará de forma positiva, porque será mais uma instituição de ensino que agregará. Afinal, não se chega a um pólo educacional que o município não tenha desenvolvido. Portanto, a FATEC vem para somar e não para dividir ou subtrair.
Com o funcionamento da FATEC, a FAI deixará completamente o Campus I?
CARDIM - Não. A princípio, como a instalação da FATEC está prevista para 2013, ocupará então parte do Campus. E assim alguns setores da faculdade continuam aqui normalmente.
Como é o relacionamento da atual direção com a Administração Municipal?
CARDIM - Sempre foi, é, e acredito que continuará sendo de apoio irrestrito. Nunca houve qualquer aresta entre a FAI e os poderes Executivo e Legislativo. Pelo contrário, todos os setores têm caminhado juntos, porque visam o crescimento da nossa instituição e do nosso município.
Quais cursos novos estão sendo ou serão buscados em 2012?
CARDIM - Química já foi viabilizado, está com o vestibular aberto e começará a funcionar no próximo ano. Agora também temos protocolado desde o mês de maio no CEE o curso de Engenharia Civil para que seja ofertado na FAI, mas a decisão sobre o projeto ainda não foi proferida. E acredito que para 2013 traremos mais esta opção inédita para a região.
Em relação à área do Ensino, vamos lançar ano que vem um programa de melhoria na graduação que envolverá tanto a parte de infraestrutura quanto a pedagógica para melhorar a qualidade de ensino. Esta iniciativa necessitará muito do apoio dos alunos. Uma idéia é que os próprios universitários avaliem as aulas ministradas pelos professores.
Quais são as expectativas em relação à FAI para o próximo ano?
CARDIM - O grande projeto em desenvolvimento é a transformação da FAI em Centro Universitário. A direção tem esta ambição! Para isso já estão sendo feitos estudos de viabilidade econômica e acadêmica. Então, em 2012, pretendemos protocolar junto ao CEE (Centro Estadual de Educação) o pedido de elevação da faculdade em centro universitário. E vamos trabalhar para alcançar este objetivo.
Além disso, vale ressaltar que boa parte dos projetos trabalhados em 2011 não foi concretizada, portanto, acredito que em 2012 estas propostas começarão ter resultados positivos.
Temos ainda outros projetos em nível estadual e federal que estão caminhando. Por exemplo, lideramos algumas reuniões com representantes de todas as instituições de ensino superior do Estado de São Paulo, também fomos três vezes a Brasília acompanhando o secretário estadual de educação, com objetivo de conquistar bolsas de estudos para ampliar a possibilidade de acesso ao ensino superior de forma pública e gratuita. E acredito que no ano que vem devemos ter resposta em relação a este tema, por isso estamos acreditando muito nesta frente.
Texto: Ricardo Bispo (Folha Regional)