Passar pela porta nos faz esquecer, diz estudo
Segundo uma pesquisa, passar por portas causa lapsos na memória. Eles funcionam como um limite que separa episódios e os arquiva de forma separada.
Por Abril INFO
São Paulo- Já entrou na cozinha sem saber exatamente o que foi fazer lá? Ou saiu do sofá, foi até o quarto e se esqueceu do por que tinha levantado?
Uma nova pesquisa da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, pode ter a resposta para isso: os batentes das portas.
Segundo os resultados de três testes diferentes liderados pelo psicólogo Gabriel Radvansky, passar por portas causa lapsos na memória. A explicação, segundo seu estudo publicado na Jounal of Experimental Psycology, é que elas funcionam como um limite, uma delimitação de um evento na mente que separa episódios e os arquiva de forma separada.
Lembrar de algo que foi pensado ou feito em outro quarto seria portanto mais difícil, pois, ao passar pelo batente, o cérebro entenderia que aquele dado pode ser compartimentado.
A conclusão foi tirada após três experimentos no qual voluntários deveriam realizar tarefas atravessando ou não o espaço da porta. No primeiro, 55 pessoas usaram um ambiente virtual para selecionar um objeto de uma mesa e o trocar por outro, em uma segunda mesa. A mesma tarefa foi realizada em um mesmo cômodo ou trocando de cômodo, e a distância percorrida nos dois casos era a mesma.
O segundo experimento, bastante similar, foi realizado no mundo real com 60 pessoas. Elas esconderam um objeto dentro de uma caixa e tinham que leva-lo a uma mesa, no mesmo cômodo ou em outro local. Nos dois primeiros testes, os resultados indicaram uma queda na memória quando os voluntários cruzaram os batentes.
O último teste pedia também que 48 voluntários guardassem um objeto na caixa, mas eles deveriam atravessar vários batentes, passando por vários cômodos, até retornarem ao quarto inicial. O objetivo era avaliar se a memória melhorava quando as pessoas voltavam ao local em que haviam tomado uma decisão. O resultado foi negativo - o que, segundo o pesquisador, sugere que o ato de passar por um batente de porta serve como forma da mente arquivar uma informação